Com os meus amigos aprendi que o que dói às aves
Não é o serem atingidas, mas que,
Uma vez atingidas,
O caçador não repare na sua queda.
Daniel Faria / Pórtico
A casa dos cefeiros
GOD como isto é bem verdade!
E hoje que não está a ser um dia particularmente fácil ou agradável, sinto vontade de me abstrair nesta música, que me transmite calma e paz! É incrível o poder que a música tem em nós, de facto!
E o meu problema não é romântico como retrata a música, apenas mais uma desilusão de "amizade" para juntar à colecção que a vida teima em impor!
Enjoy!
"Something always brings me back to you.
It never takes too long.
No matter what I say or do
I'll still feel you here 'til the moment I'm gone.
You hold me without touch.
You keep me without chains.
I never wanted anything so much than to drown
in your love and not feel your rain.
Set me free, leave me be.
I don't want to fall another moment into your gravity.
Here I am and I stand so tall,
just the way I'm supposed to be.
But you're on to me and all over me.
You loved me 'cause I'm fragile.
When I thought that I was strong.
But you touch me for a little while and all my fragile strength is gone.
Set me free, leave me be.
I don't want to fall another moment into your gravity.
Here I am and I stand so tall,
just the way I'm supposed to be.
But you're on to me and all over me.
I live here on my knees as I try to make you see that you're
everything I think I need here on the ground.
But you're neither friend nor foe though I can't seem to let you go.
The one thing that I still know is that you're keeping me down.
You’re on to me, you’re on to me and all over...
Something always brings me back to you.
It never takes too long."
Não quero acreditar... mas dou-me conta que há em certas relações de amizade jogos de poder e submissão! Não posso deixar de pensar que este tipo de jogos só podem ser particularmente excitantes para quem é egocêntrico! É que só pode! À luz do egocentrismo deve haver um certo frisson em caçar mas não deixar-se caçar... em querer dominar sem nunca se submeter... em ser-se uma espécie de adorado mas evitando idolatrar o outro... uma espécie de hierarquia de poderes, mas só para o lado de quem é egocêntrico, de quem acha que deve comandar os amigos a seu belo prazer!
Comigo, uma relação só pode funcionar havendo igualdade! Ora decido eu, ora decidem os amigos; ora cedo eu, ora cedem os amigos.. ou decidimos e cedemos em conjunto! Nunca serei totalmente submissa nem dominadora.
Para mim é impensável competir por amizade. Simplesmente acho que não faz sentido. Na amizade não se deveria competir nunca! A amizade não é um livro com folhas brancas que vão sendo preenchidas e que se sucedem umas após as outras porque os amigos das primeiras páginas não têm que ter mais significado, até porque nem sempre ficam para trás e os das últimas páginas, só por serem mais recentes não se podem comparar aos amigos mais antigos, até porque nem sempre permanecem até ao final do livro.
O nosso coração pode albergar todo o tipo de afectos, de vários tamanhos e de consistências diversas. É como se fosse um ficheiro gigantesco ilimitado, não reprimido por X gigas de armazenamento. Cada amigo está na sua respectiva pasta, podendo-se fazer copy paste de determinados ficheiros de umas pastas para as outras. Outros ficam incólumes bem resguardados. Todos têm o seu significado nas nossas vidas. Não é preciso haver competição entre sentimentos e afectos. Ninguém pode dizer que fez delete a um afecto ou que o colocou na reciclagem para ser destruido. Os afectos não passam por nós como as nuvens no céu sem se fixarem no céu. O nosso eu é a construção de todas as pessoas que nos influenciaram, de todas as nossas aprendizagens e de todos os afectos que tocaram a nossa mente. Mesmo que uma amizade tenha deixado grandes mágoas e uma certa desilusão, houve sempre algo que nos fez florescer em algum momento anterior.
Ninguém também pode dizer que a sua vida gira à volta de um só afecto, como se todas as outras pastas pessoais não existissem. Não há nada de mais destructivo numa amizade que torná-la exclusiva, ficar dependente dela e afastar tudo o resto. Uma amizade não pode ser aprisionada. Como podemos saber se o afecto de alguém é real, se está preso? A única forma de saber que alguém gosta de nós verdadeiramente é correr o risco de lhe dar a liberdade de partir para poder regressar.
Agora, lutar? Não compreendo. Não o devemos fazer porque os afectos não se forçam. Não devemos provar nada aos outros nem que somos melhores, nem que somos imprescindíveis, nem que somos a resposta às suas dúvidas. Se o outro não sabe se nos ama, não é lutando por ele que vai ter certezas. Se o outro está indeciso entre este ou outro afecto, não é competindo com um terceiro que vai tomar alguma atitude. E, finalmente, se quis deixar de ser amigo, lutar pode já não adiantar porque a amizade não é nenhuma luz intermitente, e que se colmata com a substituição de uma lâmpada nova.
Egocentrismos na amizade? Não, obrigado!
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