Qual a melhor forma de guardar no baú das minhas lembranças as minhas férias de Verão?
Para mim a vida é colorida, não tem sentido ser de outra forma.
Gosto de escrever colorido, as palavras ficam mais expressivas se estivermos atentos às tonalidades que nos rodeiam.
Assim escrevo as minhas férias baseada num variado colorido de tintas:
Escrevo a tinta azul, o mar e a linha do horizonte que se perde no mar; o céu, a melancolia dos fins de tarde na praia, a frescura do orvalho matinal...
Escrevo a tinta branca, as nuvens fofas por cima do mar e que por vezes me taparam o sol, a luminosidade dos dias, a serenidade de ver a Inês brincar e fazer novos amigos, a dança das ondas sobre os meus pés à beira mar, a areia macia na minha pele...
Escrevo a tinta verde, os campos verdejantes a caminho da Figueira da Foz, o cheiro das noites, os calipos de limão que comi à saida da praia, a passadeira da via verde...
Escrevo a tinta lilás, a modéstia e a sinceridade das crianças que se sentaram na minha toalha e partilharam lanches com a Inês, a sabedoria presente nas violetas à beira da praia...
Escrevo a tinta rosa, as mensagens e fotos que recebi sobre o nascimento dos filhos de alguns amigos e colegas, as conversas de fim de dia com a minha cara metade...
Escrevo a tinta vermelha, o meu saco de praia, a alegria e paixão de muitos namorados, os tons do céu em ínicio de noite que pelo retrovisor me acompanharam nas viagens para casa, os baloiços de um dos hoteis, o andar de mão dada aos fins de semana...
Escrevo a tinta amarela, os dias solarengos de praia, o gosto doce das bananas, o estaladiço das batatas fritas, o riso espontâneo da minha filha…
Escrevo a tinta laranja, a minha toalha de praia, o cheiro e o sumarento das laranjas, a quentura do sol na minha pele, o belissimo arroz de polvo e camarão da Praia Azul...
Escrevo a tinta cinzenta, um dia de praia submerso em nevoeiro, a preguiça de algumas manhãs em me levantar da cama, a solidão em alguns momentos…
Escrevo a tinta dourada, o reflexo do sol na areia, a felicidade de ter chegado bem, todos os dias, a casa …
Escrevo a tinta castanha, o meu spray solar da piz buin, a magestade de algumas árvores em Sintra, a mousse de chocolate especial do Mar do Inferno em Cascais, a tonalidade da minha pele,...
Escrevo a tinta preta, as letras do meu livro de férias, as lapas e os mexilhões agarrados às rochas, o conta km’s do meu carro a marcar 1328kms de idas diárias à praia com a minha filha, a noticia de um cancro numa pessoa amiga...
Escrevo a tinta prateada, a luminosidade das estrelas nas noites amenas que passei no pátio, a areia da beira-mar...
É hora de regressar ao trabalho e à rotina e levar dentro de mim um colorido de experiências e coisas boas que me enriquecem o passado, me fazem valorizar estes momentos de pausa, mas que, acima de tudo, me enriquecem como pessoa, mulher, mãe, educadora, amiga e profissional!
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