Triste é não sentir nada...
É possível entristecermo-nos por vários motivos ou por nenhum motivo aparente.
A tristeza pode ser por nós mesmos, pode vir de uma palavra ou de um gesto ou de uma dada situação. Quando ela aparece devemos esforçarmo-nos para recebê-la.
A tristeza não faz realmente bem à saúde, mas a introspecção é um recuo providencial, pois é quando silenciamos que melhor conversamos connosco próprios. E dessa conversa saiam lições, sinais, forças inesperadas, e a tristeza acaba também por sair, dando espaço a uma alegria nova e revitalizada. A tristeza é considerada uma anomalia do humor, uma doença contagiosa, que é melhor eliminar desde o primeiro sintoma.
Hoje acordei desmotivada, foi difícil sair da cama mesmo sabendo que um ténue sol se exibia lá fora e convidava-me a viver mais um dia. Hoje acordei desmotivada, foi com algum esforço que cumpri os rituais de sempre. Hoje não foi um dia como os outros, não encontrei energia nem para me sentir culpada pelo meu desanimo. A minha voz interior bem grita “anima-te!”... O meu subconsciente bem que me sussurra “- há muita gente que vive coisas graves”... mas a pouca energia desta manhã lá me empurrou a voltar a ser aquela que sempre fui... e a enfrentar a velha guerra de sempre, apesar do cansaço acumulado.
A verdade é que eu não acordei triste, mas assim fiquei durante o dia.
Apesar de triste, tudo está normal. Afinal ficar triste é um sentimento tão legítimo como ficar alegre. É um registo da nossa sensibilidade, que ora gargalha em grupo, ora busca o silêncio e a solidão. Estar triste não é estar deprimido. Estar triste é estar atento a si próprio, é estar desapontado com alguém, com vários ou consigo mesmo, é estar um pouco cansado de certas repetições, é descobrir-se frágil num dia qualquer, sem uma razão aparente, embora no meu caso, eu saiba bem a razão. As razões têm essa mania de serem discretas.
Há dias em que a tristeza aparece e não há medicamentos mágicos para camuflar a nossa introspecção e desanimo.
Mas se pensarmos bem, até que pode existir uma alegria inesperada na tristeza, e que vem do facto de ainda conseguirmos senti-la.. Sentir alimenta, sentir ensina, sentir aquieta. Sentir é um retiro. O sentir não pode ser escutado, apenas auscultado, e às vezes é bom sermos o nosso médico de serviço.
Sentir é um verbo que se conjuga para dentro ao contrário do fazer, que é conjugado para fora. A vida assenta nesta dualidade entre o sentir e o fazer.
Inicio aqui uma nova etapa da minha vida. Estou cansada de sentir que devia ter feito isto ou aquilo e hoje é o dia que impulsiona a mudança e a minha força no combate ao cansaço de muitas repetições que me magoam, me afectam e me deixam triste.
Vou refazer o meu Curriculum, redireccionar a minha tristeza no sentido de alcançar uma alegria nova e revitalizada. É disto que estou a precisar para que amanhã ao sair da cama possa ser eu a gritar à minha voz interior: “estou animada... e vou conseguir!”
Desejo-vos uma doce semana!
renascer a cada dia
e a metáfora do "refazer o Curriculum"
pôs-me a sorrir...
um muito feliz dia
beijinhos
De
Sheila a 13 de Janeiro de 2010 às 23:41
olha que não foi metáfora, foi mesmo a sério lol
e já tá feito e acabado e mto giro, pelo menos está diferente do habitual dos CV's europeus e do género!
Tenho sempre a mania de fugir ao normal lol
Beijinhos para ti
Querida Sheila!
Que a tristeza que agora te acompanha seja fugaz e que consigas sentir-te de novo Feliz e realizada a todos os niveis!
Um beijo do tamanho do mundo e, fico ansiosamente a aguardar de novo um sorriso teu : )
De
Sheila a 13 de Janeiro de 2010 às 23:46
Olá Doçura
Há alturas em que precisamos andar mais em baixo. Se pudesse ficava uns largos dias fechada em casa, longe do mundo... mas a vida não o permite.
Querida, é uma fase, melhores dias virão, tenho a certeza disso e até lá vai-se "recuperando"
É complicado investires 12 anos da tua vida em algo para depois assumires uma certa derrota... mas possívelmente só assim abrirei portas para outros desafios, quem sabe!
Beijo XXL para ti meu doce e obrigado pelo teu carinho, e que eu muito aprecio e me faz sentir muito feliz, obrigada de coração amiga
Ps: nunca perco o sorriso acredita, apenas e nestes momentos acabo por sorrir um pouco menos do que me é habitual.
De Sindarin a 13 de Janeiro de 2010 às 11:23
Querida amiga! Que essa tristeza seja passageira e ponte para uma nova alegria como muito bem dizes. Um grande beijinho amiga para ti e para a Inês. Bjs às duas.
De
Sheila a 13 de Janeiro de 2010 às 23:47
Linda,
Desculpa não tenho visto o gmail e só há pouco vi a tua mensagem. Já te respondo sim?
De
Sheila a 13 de Janeiro de 2010 às 23:49
lol fiz ir o anterior comentário sem querer lol
A tristeza passará tenho a certeza.
Obrigada :)
Beijinhos grandes para ti
Espero que essa tristeza já tenha passado, e que hoje o teu dia seja de alegria e felicidade.
Resto de boa semana para ti
Beijinhos
De
MIGUXA a 13 de Janeiro de 2010 às 18:35
Sheila,
Minha doce e querida amiga,
Que essa tua tristeza tenha apenas um significado pontual, quero ver nesse teu rosto a alegria de viver e o sorriso que te é tão peculiar.
Beijos e xi-kor muito apertadinho
Tua amiga do coração
Margarida
"Há alturas que de facto vamos ou nos sentimos mais em baixo de forma. Acho que também precisamos de nos sentir assim, porque só assim conseguimos saborear mais intensamente o que sentimos quando nos acontecem coisas boas. Digo imensas vezes que vou por vezes ao fundo do poço, mas sou incapaz de lá permanecer..."
Lembras-te destas palavras? Pois eu não me esqueci e tenho a certeza que logo, logo, a tua voz interior vai gritar (se é que não gritou já): "Vou conseguir!". Lindas e boas estrelas vão transformar o escuro dessa tristeza na luz da alegria que iluminará o teu novo caminho.
De
Marta M a 14 de Janeiro de 2010 às 12:11
Amiga:
"As razões têm essa mania de serem discretas"
Gostei especialmente desta passagem e do restante texto, é verdade.
Mas isso por aqui já vai sendo habitual. ;)
Dias como este que descreves fazem parte dos nossos "tempos de crescimento" e de corrigir trajectórias - estejamos ou não a desejar mudá-las.
Já o senti, penso que todos os que tem lêem já passaram por estes períodos mais do que uma vez.
Que fazer?
Pois coragem e resiliência para que, uma vez feito o "retiro" que referes, possas retomar a tua vida onde a deixaste ou...mudar o que se precisa.
Mas a questão é essa, não é?
Instalados que estamos nas nossas confortáveis (e seguras) rotinas, vamos adiando outra vez..
Até à próxima crise.
Cíclico e humano, portanto.
Não és a única não...
Abraço grade como precisares :)
Até qualquer hora
Marta M
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