A generosidade é uma qualidade que está a cair em desuso. Cada vez mais as pessoas raramente dão alguma coisa sem esperar nada em troca.
Confesso que nunca gostei da fábula “da cigarra e da formiga” de Jean de la Fontaine, e em pequena sempre tive a ideia que a formiga exagerava na sua labuta. Olhando hoje para a fábula, considero que a sua moral até é bastante actual, pois retrata uma certa avareza e mesquinhez presentes nas sociedades ocidentais do século XXI. Sem dúvida que nos devemos precaver para o futuro, não gastar o que temos e o que não temos, i.e. que devemos poupar hoje para futuros problemas que possam surgir, mas também não é preciso fazer disso cavalo de batalha e esquecer que o resto do mundo existe, até porque é meio caminho andado para não se viver plenamente o presente!
A generosidade está intimamente ligada à compaixão, algo bem diferente da piedade costumeira. Compaixão é estar atento aos problemas e ao sofrimento dos outros e estar disponível para ajudar, encontrar soluções. Piedade é fingir que se lamenta, às vezes, até se dando uma moedita, e depois segue-se em frente sem nunca mais se lembrar do sucedido.
As pessoas generosas têm disponibilidade efectiva e afectiva. Mesmo carregadas de problemas, de tarefas por fazer, arranjam sempre um tempinho para ouvir, fazem o possível e o impossível para estarem presentes, abdicando até, por vezes, de coisas suas.
Generosidade não é sinónimo de prenda. Há quem encha os outros de coisas, compensando a falta de afecto com prendas caras. Não é preciso comprar nada a quem precisa de amor. Por vezes basta apenas a simples presença, o acompanhamento, um par de ouvidos atentos, um sorriso, um olhar ou um abraço sentido.
Uma pessoa generosa está atenta a quem anda descalço e é capaz de dar um par de sapatos novos que tem no armário; repara que alguém passa fome e vai à despensa para ver o que pode dar. Uma pessoa generosa dá sem esperar retribuição. Sabe que há quem nunca tenha hipótese de devolver a ajuda e que outros simplesmente esquecerão depressa quem lhes deu a mão. Dá mesmo assim, porque é da sua natureza partilhar.
A generosidade alimenta-se do afecto e do amor porque quem ama dá mais do que recebe, em qualquer circunstância…
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