Segunda-feira, 23 de Março de 2009
Espaço Literário - post #1

Um dos meus vicios diários é a leitura. Por mês consigo devorar 2 a 3 livros... e é algo do qual não abdico. Preciso mesmo deste miminho diário. É rara a noite que me deito e não leio pelo menos por uns minutos. Há dias que não é fácil conseguir, dado o cansaço e o peso de me levantar cedo no dia seguinte... ou dali a umas horas para ser mais precisa!. Sou noctívaga por natureza, sempre me deitei tarde e dormi pouco e é complicado contrariar a minha essência :)

Por isso vou aproveitar aqui o meu cantinho para deixar algumas passagens e tecer alguns comentários pessoais a alguns livros que por boas ou más razões merecem ser destacados. Este post vai ser longo, mas valerá a pena perderem alguns minutos do vosso tempo a lê-lo. Infelizmente em pleno séc. XXI a história descrita é lamentavelmente verdadeira.

Inicio neste meu cantinho um espaço literário com a seguinte obra:

 

 

SULTANA

A vida de uma princesa árabe

by Jean P. Sasson

 

 

Sob o pseudónimo de "Sultana", uma princesa saudita - da casa real Al Saud - aceitou, arriscando a vida, relatar à jornalista e escritora norte-americana Jean P. Sasson todos os horrores, tragédias e humilhações a que, no limiar do século XXI, continuam a ser submetidas as mulheres nas sociedades mais retrógadas do mundo árabe. Utilizando nomes diferentes e alterando certos pormenores de alguns acontecimentos para proteger as pessoas envolvidas, "Sultana" descreve neste impressionante testemunho a incrível multiplicidade de actos tirânicos e bárbaros ditados por um obscurantismo implacável que promove a poligamia, dá ao homem o poder de castigar cruelmente qualquer mulher e incentiva os casamentos forçados, as mutilações e a violência sexual, as execuções por apedrejamento ou afogamento... 

 

A viver na realidade do Reino da Arábia Saudita, Sultana, descendente directa do rei Abdul Aziz, viveu na pele a infelicidade de ter nascido mulher, uma vez que os filhos varões eram muito desejados. A sua própria mãe vivia cada gravidez aterrorizada, rezando sempre para que o fruto que carregava no ventre fosse um filho macho.

 

Apesar do Corão ter uma “palavra amiga” para com as mulheres, não há nada que os homens não façam nem tenham feito, na terra da Sultana, para assegurar o nascimento de uma prole masculina e não feminina. O valor de uma criança na Arábia Saudita ainda é medido pela ausência ou presença do órgão reprodutor masculino. Por exemplo, na Arábia Saudita, o orgulho da honra de um homem tem por base as suas mulheres, como tal, têm que fortalecer a sua autoridade e supervisão relativamente à sexualidade das suas mulheres ou, então, enfrentar a vergonha pública. Convencidos de que as mulheres não têm controlo sobre os seus próprios desejos sexuais, torna-se, assim, essencial que o homem guarde cuidadosamente a sexualidade da mulher. Este total controlo nada tem a ver com amor, mas com o medo de que a honra masculina seja denegrida.

 

A autoridade de um homem saudita não tem limites, a sobrevivência da sua família depende exclusivamente da sua vontade. “Na nossa casa ele é a autoridade máxima.”

Todos os rapazes são ensinados, desde muito novos, que as mulheres pouco valem, que existem apenas para seu conforto e conveniência. “As mulheres do meu país são ignoradas pelos seus pais, desprezadas pelos irmãos e maltratadas pelos maridos. Este círculo é difícil de quebrar, pois os homens que impõem esta vida às mulheres garantem a própria infelicidade conjugal.” As mulheres vivem momentos de tristeza e angústia, mas, acredito que os homens não conseguirão ser felizes no meio de tanta infelicidade. Apesar de procurarem sucessivos casamentos, ao tratarem as mulheres como escravas, como propriedade sua, os homens acabam por ser tão infelizes como as mulheres que dominam. Eles próprios tornam o amor e o verdadeiro companheirismo inacessível a ambos os sexos. Eles nem se apercebem que a felicidade pode estar perto, no seu próprio lar, com a sua própria mulher.

 

“A história das nossas mulheres está enterrada por detrás do véu negro do secretismo. Nem o nosso nascimento, nem o nosso falecimento fica lavrado em qualquer registo oficial. Embora o nascimento de filhos varões seja documentado em registos familiares ou tribais, o das raparigas não consta em lado nenhum. A emoção que vulgarmente se exprime diante do nascimento de uma menina é a de desgosto ou vergonha.”

 

Na história apresentada, a princesa árabe, fez questão de descrever a forma como as mulheres se devem apresentar em público e conta que na Arábia Saudita, o aparecimento da primeira menstruação significa que é chegada a hora de escolher o primeiro véu e abaaya com o maior dos cuidados. Assistimos, assim, a uma realidade de menina tornada mulher. Entra na loja menina e sai transformada em mulher, velada, a partir desse dia. A vida das jovens moças muda em fracções de segundos.

A mulher muçulmana deve cobrir-se com um lenço e manter a sua cabeça e peito velados. No entanto, esse lenço ou véu não poderá ser de um tecido transparente que permita aparecer o seu cabelo. O véu tem como objectivo cobrir os pontos de beleza da mulher. No entanto, o uso do véu torna a mulher árabe tentadora e desejável.

 

Na Arábia Saudita, a escolha de uma rapariga para um casamento é determinada por vários factores, de entre os quais se destacam: o apelido da família, a fortuna da mesma, a perfeição física da moça e a sua beleza. E a escolha do noivo, apesar de ser feita pelo pai da moça, é tido em conta a posição social e a riqueza do “candidato”, não importando a idade, pode até ser mais velho que o próprio pai da rapariga!

Notem estamos a falar de crianças meninas com 12 anos que são obrigadas a casar com homens de 70 anos! Algo que para nós europeus é bárbaro e completamente revoltante!

Um homem chega a ter até 4 esposas, constituindo e suportando financeiramente 4 familias distintas.

 

Algumas passagens do texto que me marcaram e que me fazem dar Graças a Deus por ser europeia.

 

"Por volta dos meus doze anos, o meu pai tornara-se uma pessoa extremamente rica. Apesar da sua abastança, era um dos al-Saud menos gastadores. Mas construiu a cada uma das suas 4 familias palácios em Riade, Jeda, Taif e Espanha. Os palácios eram exactamente iguais uns aos outros em cada cidade, do tom das carpetes ao mobiliário escolhido. O meu pai detestava as mudanças e queria ter a sensação de estar na mesma casa mesmo quando se deslocava de avião de cidade em cidade. Lembro-me de o ouvir ordenar à minha mãe que comprasse tudo igual para todas elas, incluindo a roupa interior das crianças. Não queria que a familia se desse ao trabalho de fazer malas. Eu achava esquisito, sempre que entrava no meu quarto em Jeda ou Riade, encontrar roupas idênticas penduradas em guarda-fatos iguais. Os meus livros e brinquedos eram comprados aos quatro sendo cada um colocado em cada palácio. A minha mãe raramente se queixava, mas quando o meu pai comprou quatro Porsches para o meu irmão Ali, que na altura tinha só catorze anos, não pode deixar de barafustar que era uma vergonha... mas quando se tratava de Ali (o filho varão) não se olhava a despesas."

"Sara, a minha irmã preferida... usava o véu desde que fora menstruada (aos 14 anos). O véu relegara-a para o anonimato e em breve deixara de falar nos seus sonhos de infância de grandes feitos. A sua notável beleza tornara-se uma maldição, pois muitos homens tinham ouvido falar dela através das suas mães e irmãs e agora desejavam desposá-la. Sara desejava estudar arte em Itália e ser a primeira pessoa a abrir uma galeria de arte em Jeda. Foi com enorme tristeza que vim a saber que os sonhos de Sara jamais se concretizariam. Ainda que seja verdade que a maioria dos casamentos na minha terra é orientada pelas mulheres mais velhas da familia, na minha, quem tomava todo este tipo de decisões era o meu pai. Este decidira, fazia muito tempo, que a sua filha mais bonita casaria com um homem de elevada situação social e riqueza. O homem que ele escolhera para desposar a sua filha mais desejável era um membro de uma familia de comerciantes de Jeda com inegável influência financeira na nossa familia. O noivo fora eleito em vista exclusiva de negócios passados e futuros. Tinha 62 anos de idade. Sara seria a sua terceira esposa!"

"Normalmente o meu pai vinha até à nossa villa de 15 em 15 dias. Os homens que cultivam o islamismo e têm 4 mulheres, distribuem equitativamente as suas noites, de maneira a que cada esposa e respectivos filhos desfrutem de um período de tempo igual".

O casamento de Sara: "Não tardou que o meu pai e o noivo aparecessem. Eu sabia que este era muito mais velho que o meu pai, no entanto a primeira visão que tive dele foi decididamente revoltante. Imaginá-lo tocar na minha irmã, tão sensível, fez-me encolher. O noivo esboçava um sorriso de esguelha ao levantar o véu da minha irmã. O medicamento tornara esta demasiado entorpecida para reagir, fazendo-a ficar parada a olhar para o seu novo senhor. A verdadeira cerimónia já fora celebrada semanas antes do casamento, nenhuma mulher estivera presente. Somente os homens haviam participado nela, pois tratara-se de assinar os acordos relativos ao dote e documentação."

A morte da mãe de Sultana: "Os criados sudaneses já haviam cavado uma sepultura no deserto infindável da nossa terra. O corpo da nossa mãe foi ternamente depositado na cova e o pano branco foi afastado do seu rosto por Ali, o único filho terreno que tinha. Ao ver os criados deitarem a areia vermelha de Rub al-Khali para cima do seu rosto e corpo, encolhi-me. Deixámos a nossa mãe para trás, na vastidão vazia do deserto, no entanto eu sabia que já não importava que não tivesse ficado nenhuma lápide a marcar a sua presença ali, ou que não tivesse havido nenhum serviço religioso a falar da mulher simples que fora uma chama de amor durante todo o tempo que passara na Terra. Um mês depois soubemos, através de Ali, que o nosso pai se preparava para casar de novo, pois, na nossa terra, o normal é haver quatro esposas entre os muito ricos. O meu pai tencionava desposar uma das primas reais, Randa, uma jovem com quem eu brincara em pequena há muito tempo, parecia-me. A jovem noiva tinha quinze anos, mais um do que eu, que era a filha mais nova que ele tivera com a minha mãe. Quatro meses depois do enterro da minha mãe, fui ao casamento do meu pai. Sabia que a memória da minha mãe, depois de esta lhe ter dado dezasseis filhos e muitos anos de obediência, estava a ser tranquilamente desrespeitada pelo meu pai."

Sultana viria a  casar, aos 16 anos, com um primo real chamado Karim, que tinha 28 anos de idade. "Sultana seria a sua 1ª mulher. Karim estudara Direito em Londres. E o que ainda era mais fora do comum, distinguira-se da maioria dos primos reais, pois detinha uma posição importante no mundo dos negócios. Abrira, recentemente, uma enorme firma de  Advogados em Riade. Nura acrescentou que eu era uma rapariga cheia de sorte, pois Karim já dissera ao meu pai que, antes de fundar uma familia comigo, quería que eu completasse os meus estudos. Não desejava uma mulher com quem não pudesse comunicar intelectualmente". "Quando o meu pai me deu a novidade, dancei pelo quarto, louca de alegria. Ia conhecer o homem que seria o meu marido antes de o desposar! As minhas irmãs e eu ficámos espantadissimas, pois não  se tratava de um costume aceite na nossa sociedade; éramos prisioneiras que sentiam as grilhetas da tradição, sempre presentes, aligeirarem-se." Sultana descreve-nos depois o casamento, a vida de casada, o nascimento dos filhos, a escolha de uma 2ª esposa para o marido e todos os seus sentimentos face à evolução da sua própria realidade. Há, sem dúvida, muito mais que ler neste livro.

 

A vida de uma princesa árabe ofereceu uma perspectiva realista duma sociedade em sofrimento. Através da vida de Sultana percebi que enquanto as sociedades modernas se esforçam por melhorar as condições de vida de todos os povos, existem mulheres, que continuam a fazer face a uma autêntica ameaça de tortura ou morte sob o domínio primitivo do sexo masculino. As costuras do manto da escravatura feminina são cosidas com a linha forte da vontade masculina em se agarrar ao seu domínio histórico sobre as mulheres. “As mulheres do meu país podem estar escondidas pelo véu e firmemente controladas pela nossa rígida sociedade patriarcal, mas a mudança virá, pois o nosso sexo está farto da restrição de costumes. Ansiamos pela nossa liberdade pessoal.” – afirma Sultana.

Eu também anseio que esta realidade seja ultrapassada num futuro breve e próximo.

Actualmente Sultana é ainda viva e está na casa dos 50 anos.

 

Em continuidade a esta história sairam mais 2 livros, que conto ler em breve. São eles "As Filhas da Princesa Sultana", onde Sultana fala-nos das suas duas filhas: uma que se atreveu a ter uma relação proibida, com outra mulher; a segunda que se tornou uma religiosa fanática, disposta a destruir tudo aquilo por que a mãe lutou; e Deserto Real — Lutas e Vitórias da Princesa Sultana, em que Sultana continua o mesmo combate: o casamento forçado de uma sua sobrinha com um homem muito mais velho, cruel e depravado, e a descoberta de um harém de escravas sexuais mantido por um primo, tornam-na cada vez mais determinada na sua luta contra a opressão a que são sujeitas as mulheres numa grande parte dos países muçulmanos.
 

Boas Leituras! 



publicado por Sheila às 09:55
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18 comentários:
De cuidandodemim a 23 de Março de 2009 às 12:32
Também adoro ler, é um dos meus hobbies preferidos. Ao ler sonhamos, inventamos, imaginamos um mundo diferente do nosso...
Bjns


De Sheila a 25 de Março de 2009 às 00:00
É uma grande verdade Amiga... eu esqueço-me completamente de mim, da minha vida, dos meus problemas ... passo a fazer parte do enredo de det. história, emociono-me, choro ou rio e são momentos que são nossos! Às vezes é tão necessário termos tempo para nós não é?
Muitos beijinhos!


De cuidandodemim a 25 de Março de 2009 às 17:29
Tempo para nós é essencial!
Bjns


De Sorrisoduplo a 23 de Março de 2009 às 13:34
Obrigada por partilhares...gosto muito de ler mas ao contrário de ti demoro muito tempo a ler um livro porque o tempo é realmente curto, só nas férias e fins-de-semanas é que adianto bastante.
Gosto muito de ler este tipo de livros que aqui descreves apesar de ficar com uma revolta enorme dentro de mim.
Beijoca


De Sheila a 25 de Março de 2009 às 00:08
Vou partilhar um outro que li no final de 2008 e que me emocionou e marcou imenso. Foi um chamado "Nunca me Esqueças". É forte também!
A tal revolta que tu sentes é natural e só revela que és humana e sensível. Mas acho que devemos ter a noção que a realidade de muitas pessoas, seja no passado ou actualmente, é muitas vezes tão diferente que nem imaginamos o quanto! Quantas vezes damos mais valor ao que temos depois de sabermos destas realidades!
Beijocas grandes


De Sorrisoduplo a 25 de Março de 2009 às 07:33
Vou comprar para ler... beijinho


De 100timento a 23 de Março de 2009 às 14:52
Olá ,o que li em parte custa a crer pois temos modos de pensar Felizmente diferentes e mais humanos ... Gostaria apenas de referir que se analisarmos assim teoricamente as religiões... são todas muito boas... a religião católica é excelente, a hebraica, a budista, os protestantes etc etc .
Ora a realidade, ou seja a prática dessas religiões... estão muito longe da teoria !
Assim o mundo muçulmano é um Mundo super machista em que as mulheres pouco poder têm ! esta é a realidade e as leis muçulmanas acabam por as descriminar, senão vejamos:

- Herança - rapaz 2 partes, rapariga 1 parte, portanto o dobro para os homens.
- Divórcio: os homens podem divorciar das mulheres, apenas com uma frase: não te quero mais ! e depois basta ir ao tribunal registar ! as mulheres bem podem pedir ou requisitar... que tal só dependerá dos homens.
- O casamento muçulmano é tradicionalmente em regime de separação de Bens, daí o homem não poder mexer no que é da mulher, mas basta saber um pouco da história, para sabermos que há 1429 anos que as mulheres muçulmanas são subjugadas no casamento uma vez que não trabalhavam fora do lar e portanto os bens pertenciam Todos ao seu Marido.
- Em alguns países muçulmanos a mulher precisa da autorização do Pai para se casar, se o pai disser não, ela não casará !!! exemplo da Argélia e outros.
- Caso haja divórcio, 95% dos casos os filhos ficam à guarda do pai e não da mãe como no resto do mundo.

- Aliás o que comprova tudo o que disse, é que de facto nunca vi tantos homens a rezar como os muçulmanos, logo é porque é uma religião que os favorece....

- A única coisa que encontro boa nos muçulmanos é a relação familiar que é muito forte, mas julgo que isto´se deve também a que as sociedades muçulmanas, são sociedades muito atrasadas e portanto o tal desenvolvimento ainda não chegou, pois nem sequer têm a noção de rentabilidade etc etc .
De realçar que uma boa parte dos países muçulmanos têm petroleo e no entanto nada produzem, nada mesmo. Portanto é de questionar, será da religião?
Os países que não têm petroleo , são dos mais atrasados do mundo.

Por último, qual é o País muçulmano que é democrático ?

Estas são as questões que devem preocupar os verdadeiros muçulmanos, porque ser muçulmano na Europa é muito bom, mas nos próprios países muçulmanos é bem diferente !!!
Xi o que para aqui vai...desculpa...beijinhos


De Sheila a 25 de Março de 2009 às 00:19
LOLOLOL Meu Querido adorei toda a tua dissertação! Grande comentário, excelente argumentação :)
Mas é mesmo... custa acreditar que situações destas aconteçam em paralelo com as nossas vidas em determinados lugares do mundo!
Relativamente ao conceito de familia não concordo... para os homens todas as suas mulheres e filhos são "posses" e nisto não vejo nada de bom. Mesmo entre irmãos há imensas rivalidades, o livro também retrata esse relaccionamento! O que não consigo mesmo perceber é toda a devoção à religião... quando depois são autênticos monstros camuflados...
Beijo grande grande e noite de luz!


De 100timento a 25 de Março de 2009 às 15:45
Amiga comentei no aspecto global e não no aspecto individual...no caso familiar hoje já se vê o homem mais homem sem a dita armadura maxista tanto a nivel familiar como profissional ,quanto á dita religião melhor é nem escrever nada basta veres o o meu post neste endereço do sapo Moçambique.
http://docedecoco.blogs.sapo.mz/
Beijinho e tudo de bom


De tn a 24 de Março de 2009 às 01:33
Um dos filmes que mais me impressionou retrata a vida de uma mulher europeia que, contra a vontade de todos (família e amigos), decidiu casar com um árabe por quem se apaixonou. Tudo corria às mil maravilhas até que engravidou, teve um filho e aceitou ir visitar o país do marido (já não me lembro se era o Irão). Depois de lá passar uns dias, regressar ao seu país, com o filho, transformou-se no pior drama da sua vida, uma epopeia dramática demais para ser verdade.
Não me recordo do título do filme, não sei quem o realizou, nem onde se passa. E tenho pena! Mas recordo-me de ter pensado: fo..-se!!


De Sheila a 25 de Março de 2009 às 00:24
Olha eu acho que também vi esse filme há um bom tempo atrás e também fiquei super angustiada. Também me recordo de um filme que me marcou mas cuja história se centrava em tráfico de mulheres orientais... tb me meteu uma confusão tremenda!
Ainda hei-de ver se recupero o titulo destes filmes, vou pedir ajuda a um amigo que tem centenas de filmes! Depois digo-te!
Beijinhos grandes


De tn a 26 de Março de 2009 às 02:33
Se encontrares, agradeço mesmo que me digas Sheila. Gostaria imenso de voltá-lo a ver, mas sem o título não me atrevo a ir ao clube de vídeo.


De a 24 de Março de 2009 às 17:28
Não tem nada a ver com o que escreveste, mas ontem li isto num livro e lembrei-me do teu "Espaço Literário". Achei este excerto bonito o suficiente para estar aqui, num doce refúgio... escondido do mundo.

"- Porque me fizeste ter vontade de viver? Porque fizeste isso comigo?
- Porque quis. Não basta?
- Sim, basta. Mas se um dia o não quiseres... que hei-de fazer nesse caso? Supõe que me tiras essa felicidade quando estiver distraída...
- E assim perder a minha própria felicidade? quem seria louco a esse ponto?
- Não estou acostumada à felicidade - disse ela - Faz-me medo.
- Nunca deves ter medo. Ou, se o tiveres, não digas a ninguém."

Jean Rhys in "Vasto mar de sargaços"


De Sheila a 25 de Março de 2009 às 00:30
LOL bem vindo ao meu doce refúgio! 17H28 da tarde e tu por aqui... qualquer dia descobrem que o people tem blogues... e olha nem eu te pago o vencimento, nem eu me pago a mim própria lololol
Já pesquisei aqui na net sobre o livro que me indicas e fiquei curiosa... tens em casa? Se sim já sabes vais ter que me emprestar lol
Beijo grande e amanhã no sitio do costume!


De Marta a 24 de Março de 2009 às 22:41
Olá por acaso ainda não li nenhum destes Mas já anotei pareceu-me interessante e uma forma de nos depararmos com outras realidades onde apelamos à igualdades mas onde as diferenças imperam.

Beijinhos


De Sheila a 25 de Março de 2009 às 00:36
O da Sultana vale a pena ler, e se já tivermos alguma informação pelo menos não nos apanha assim de surpresa ou sempre ameniza a nossa revolta!
É impossível não nos revoltarmos, é angustiante pensar que podíamos estar no lugar daquelas mulheres, bastava termos nascido lá e não havia nada a fazer... Em paralelo e em fracções de segundos dás-te conta da tua liberdade, da tua própria autonomia, de algo tão básico como as tuas decisões e actos saírem de dentro de ti própria e não te serem impostos! Já para não falar em relação ao que aquelas mulheres sentem e fazem pelos filhos!
Muitos Beijinhos e obrigado pela tua visita!


De MIGUXA a 25 de Março de 2009 às 00:11
Sheila,

A mulher apesar da sua tentativa de emancipação, continua a ser o animal racional mais castigado do planeta e, a todos os níveis...No mundo ocidental, em todas as classes sociais, das mais humildes às mais favorecidas monetariamente, mulheres continuam a morrer às mãos de animais (peço desculpa aos ditos)que na maioria dos casos ficam praticamente impunes..
Que dizer então, daquelas que por via, das suas culturas retrogradas e repugnantes não têm sequer direito a voto...e tudo com uma cobertura subrepticiamente "divina"...Deus lhes perdoe a todos...

Noite de paz e amor
Beijinho
Margarida


De Sheila a 25 de Março de 2009 às 00:55
Olá Margarida,
É verdade e estamos a falar em ficarem mesmo completamente impunes No final do livro vem um capítulo sobre o que o Livro do Corão fala em relação ao comportamento da mulher islâmica! É de tu leres e no final ficares hiper revoltada mesmo! Aqui em Portugal e não há muitos dias atrás um tipo esfaqueou e matou a mulher e anda por ai à solta... no mundo laboral continuamos a assistir a diferenciação na forma como as mulheres são tratadas, diferenças nos vencimentos e ascensão a cargos mais importantes, enfim há uma infinidade de exemplos a referir... infelizmente!
Beijinho muito grande e uma noite povoada de sonhos doces!


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