Os espaços que percorremos no passado, com as diferenças próprias do passar do tempo, fazem-nos relembrar os passos já percorridos.
Ao revisitarmos lugares por onde já passámos leva a que a memória do tempo passado nos faça recordar o que vivemos.
É certo que nada é igual ao que já foi, mas o recordar do que passámos em determinado sitio obriga-nos a rever o caminho percorrido até ao nosso presente.
Isto acontece-me sempre que passo em frente à minha antiga escola primária, quando visito o liceu em altura de eleições, quando vou a um restaurante em Coimbra em que atravesso a pé o parque da cidade (e onde tantas vezes namorei no banco de jardim), quando me cruzo com um carro que já foi meu, quando volto a um café onde noutros tempos era ponto de encontro com determinados amigos ou noutro e qualquer lugar por onde a minha vida passou.
Algo de semelhante acontece quando revemos pessoas que fizeram parte do nosso percurso e que nos fazem recordar o que aprendemos com elas ou o que entretanto aconteceu nos nossos percursos de vida. É assim quando revemos um amigo de infância, um antigo professor, um daqueles desconhecidos que partilhavam diariamente um comum espaço connosco, um antigo chefe, uma paixão antiga e todas aquelas pessoas que ao longo da nossa vida nos deixaram uma pequena marca de vida.
Além dos locais e das pessoas, existem ainda outras lembranças que nos podem fazer acordar a memória do nosso passado. Os enfeites de Natal lembram outras épocas natalícias vividas, uma música que volta a passar no rádio pode fazer recordar outros momentos marcantes da nossa vida, uma fotografia perdida que encontramos num livro ou numa gaveta, um livro perdido na estante com uma determinada dedicatória, uma determinada peça de roupa que comprámos numa viagem ou qualquer outra coisa que toque de alguma forma as nossas recordações.
Recordar é rever o que aconteceu a uma distância que nos permite olhar o que aconteceu de forma bem mais serena e calma, nem sempre mais imparcial, nem sempre menos emotiva, mas sempre de uma forma menos urgente do que no momento em que vivemos aquilo que agora recordamos.
O momento presente é sempre muito mais urgente do que aquilo que vai aparentar ser quando no futuro o olharmos na perspectiva de momento passado.
Dizem que recordar é viver, mas mais do que isso acho que recordar é conseguir aprender calmamente com o que foi vivido intensamente no passado.
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